Na Cidade das Luzes - Parte 1

Depois de um natal com Berlin meio vazia, partimos para Paris, ponto de encontro marcado com alguns colegas da UFRGS. A distância Berlin - Paris é de aproximadamente mil kilômetros, nada que 14h de ônibus não resolvam.

E é de se imaginar que, viajando pela União Européia, onde não há fronteiras, a viagem será sem maiores percalços. Mas não foi. Um pouco antes das 3h (viajamos das 19h30 até as 9h30) da manhã, somos acordados por um sonoro "GOOD MORNING!" do policial responsável pela checagem de documentos. Como estavam sendo extremamente rigorosos, ficamos parados pelo menos 45 minutos até a liberação.

Mesmo assim, chegamos no horário previsto em Paris. No hostel, depois conferir o meu nome e o sistema deles umas três vezes, a mulher da recepção olha pra nós e pergunta: "Vocês têm reserva aqui?". Conferindo mais umas 4 vezes ela conseguiu encontrar a reserva, que estava o tempo todo ali.

Resolvido isso, partimos para o turismo, e decidimos começar pela Notre Dame, que possui a vantagem de ser gratuita para entrar.

Interior imponente

Em meio a várias esculturas, estátuas e entalhes, um porém chamou a atenção por ser um tanto inesperado

"Isso é ilógico"

Eu só imagino o quão impossível é realmente utilizar a Notre Dame como um igreja, e não ponto turístico. Quem realmente quer ter o seu momento religioso ali dentro terá que suportar uma multidão nem tão silenciosa.

Quase imperceptíveis

Nos fundos da igreja fica uma praça bem simpática

Um dos poucos momentos que o céu apareceu


Pelo menos uma provando que eu estava lá

Caminhando nos quarteirões circundantes, nos deparamos com um letreiro no mínimo curioso

Como bom cidadão que sou,
segui as indicações

Nossa próxima parada, Basílica de Sacré-Cœur, em frente a qual encontramos um verdadeiro festival de artistas de rua. Primeiro houve um "cover" de Michael Jackson:

Continuando o circo, um tal de Iya Traore (até site o cara tem) fazendo apresentação de Futebol Freestyle, e até que tinha alguma habilidade. Quem sabe era até melhor que os caras lá da IFA.

Mas esse eu não filmei


O cara tava inspirado

Enquanto tudo isso acontecia, um terceiro tocava no violão músicas mais do que clássicas e populares (como Imagine) e era acompanhado por uma pequena multidão.

Também não filmei

Visitamos o interior da igreja (onde é proibido bater fotos) e depois ficamos um tempo apreciando a vista privilegiada da cidade que se tem do Montmartre.

Paris à noite

E claro, a própria Sacré-Cœur

E aqui finaliza o primeiro dia. Em breve (para certas definições de breve), a continuação! =D

A chegada do Inverno

O primeiro contato com o clima/espírito de inverno/natal por aqui aconteceu no início de Dezembro, em um passeio por Berlin, quando acabamos encontrando uma praça que foi transformada em pista de patinação para as festividades de fim de ano. Como estávamos com sorte, o preço para aluguel de patins era bem amigável, então não poderíamos deixar passar a oportunidade.

Sim, é uma roda-gigante ali atrás

A pista em si era apenas um esaço circular em volta da uma Fonte de Netuno que existe naquela praça, então não há muito a contar além de que foi um tanto divertido (exceto claro quando o Alfredo tentou derrubar uma senhora de 87 anos, só porque ele estava sendo ultrapassado por ela)

Até parece que sei patinar

Como previamente citado, estávamos com sorte. Até mesmo o Papai Noel mostrou as caras por lá, com direito a trenó "voador". Infelizmente, não há registros deste encontro pois estávamos ambos patinando e é um pouco complicado fotografar nessa situação.

Para completar o dia com alguma esquisitice, o cidadão responsável por pilotar o veículo que de tempos em tempos alisava o gelo da pista o fazia fantasiado:


Cerca de uma semana depois, a neve chegou. Primeiro de leve, apenas cobrindo gramados, até o dia em que fez entre -5ºC e -10ºC, nevou de verdade e tivemos isso como resultado:

Em frente ao prédio da faculdade

Após toda essa neve (e mais um pouco), nos pareceu uma boa idéia aproveitar o final de semana para bater fotos do Park Babelsberg agora coberto de branco.

Começo de caminhada promissor

Nesse momento eu já não sentia metade do rosto :P


Só pra não dizerem que o Alfredo não aparece


Ainda bem que eu não estava precisando...

O único problema é que começamos o passeio entre 15h30 e 16h, o que significa que logo em seguida começou a anoitecer, e com a temperatura de cerca de -15ºC a sensação térmica começou a beirar os -20ºC. Acreditem, isso não é nada agradável, nem um pouco. Não demorou muito para abortarmos a missão e retornarmos para casa.

Mesmo com o fim prematuro, ainda foi possível bater algumas fotos para atualizar o post "Tempo...", onde há mais algumas fotos inéditas :D

Visitando Knut e seus Amigos

Continuando a saga (que nesse ritmo acaba só em Janeiro), vamos para o terceiro dia em Berlin: a visita ao Zoológico, que é um dos principais do Mundo com cerca de 14000 espécimes de quase 1400 espécies.

Dessa vez, o objetivo era longe demais do hotel para gastarmos as solas dos tênis, então 15 minutos de metrô (U Bahn) e foi resolvido o problema.

Hausvogteiplatz, o simpático nome da estação

Não muito conhecido no Brasil, mas absurdamente comum pela Europa, o Smart é um carro no mínimo curioso. Como bem perto do Zoo tinha um estacionado, aproveitamos para registrar o pequeno veículo.

Fugiu da prateleira

Entrando no Zoológico, o que chama a atenção logo de cara é a proximidade que se fica dos animais, bem diferente de como estamos acostumados a ver no Brasil. Para a maioria dos animais, apenas um fosso separa os visitantes dos visitados.

Outra característica interessante deste Zoo são os ambientes criados para cada espécie. Eles se esforçam para recriar um ambiente agradável e semelhante ao encontrado na natureza. Como o dos hipopótamos:

Até pato penetra tem ali

Ou então, como os grandes aviários, nos quais é possível entrar:

Invasão de pardais ali no canto

Seguindo a visita, não podíamos deixar o mundialmente famoso e agora imundo Knut de fora da nossa rota. Para deleite dos fãs, ele desfilou um pouco nas pedras e completou com um belo barrigaço n'água cheia de limo, onde ficou nadando apenas para se sujar mais.

É, ele cresceu

Calculem o resultado

Bem legal também é o local onde ficam os leões-marinhos (não são focas!), mas infelizmente não conseguimos ver o showzinho que fazem na hora da alimentação.

Esses bichos são maiores do que a gente pensa

Filhote marcando presença

Logo ao lado ficam os pinguins, que eu creio serem os animais que mais é possível se aproximar, bastante simpáticos eles.

Essa foto foi tirada sem zoom


Não to exagerando :P

Junto com umas alpacas encontramos um bicho que é uma mistura de coelho com sei-lá-o-que. Se alguém souber o que é isso, eu agradeço a informação

Alguém se habilita?

Falando em coisas estranhas, acho que a administração do Zoo deveria planejar melhor algumas divisões de cercados, para evitar certos "acidentes".

Afinal, isso...

... só podia acabar nisso.

O Zoológico conta ainda com um baita aquário, com cerca de 9 mil animais, entre peixes, répteis, anfíbios e insetos, porém se paga a mais para entrar lá. Mas com certeza vale a pena.

Jurassic Park

Recifes de coral

Mas o que acaba chamando mais atenção são os tanques realmente grandes, alguns de alga doce com Pirarucus, outro com um tubarão de bom tamanho, enfim, confiram:

E isso é só uma parte do tanque

Mas que história de pescador esse ai não rende

Sorria!

Terminado o primeiro andar (são três), saímos do aquário e continuamos a caminhar pelo Zoo. Fomos dar uma olhada nos grandes felinos, e de quebra, uma das partes mais originais: os animais noturnos. Como obviamente é muito escuro lá dentro, nem tinha como bater fotos mas havia animais das mais sortidas e estranhas formas, como o Aardvark.

O Rei

Como pode-se observar na foto acima, dá pra chegar um tanto perto da grade dos leões. O detalhe é que quando esses bichanos urinam, sai um jato de longo alcance, logo esse lugar é perigoso. Era necessário prestar atenção, e uma guriazinha que estava por ali não prestou, coitada.

Eu não comentei antes, mas já tinha chovido um pouco durante o dia, e ela resolveu piorar, então voltamos para o aquário para visitarmos os andares restantes: répteis e anfíbios/insetos.

Fica dificil fazer um comentário
que não soe estranho :P

Eles se puxam na ambientação


O Jogo do Sério mais longo da história


Camuflagem é para os fracos

E ainda tinha lá um lagarto muito educado, que acenava para os visitantes:

Infelizmente a chuva impediu que nosso passeio se estendesse mais, o que frustrou um pouco nossos planos. O Zoológico é grande, e muita coisa não pode ser vista.

Já à noite, fomos jantar perto da Torre de TV, o que gerou umas fotos interessantes no caminho:

Berliner Dom iluminada

A Torre e a Prefeitura

E como era semana de Oktoberfest, a janta foi temática:

Ê beleza!

Nossas aventuras do dia chegaram ao fim, mas não tema! A saga continua, próxima parada: Potsdam.

Dia 2 - Os Cartões Postais de Berlin

Depois de não conseguir visitar a cúpula da Dom no primeiro dia, resolvemos que começaríamos por ali bem cedo no dia seguinte. No caso dessa estupideza de igreja, não tem muito o que falar, apenas mostrar:

Construida às margens do Spree

Eu disse que é grande


Um pequeno órgão, como sempre...


... e um altar pobre


Para efeitos de comparação,
o Patrocinador tem 2,02m de altura

No caminho para o domo, há o Museu da Catedral, onde se encontram partes dela de quando foi destruída na 2ª Guerra, também se conta a história da construção, etc.

Um segurança muito atento

Lá do Domo, se tem uma visão interessante dos arredores.

A Torre de TV e a prefeitura (o prédio vermelho)


"Oi, vem sempre aqui?"

Patrocinadora, o Spree e Berlin

Tem algo estranho com aquele prédio...

Após essa visita, fomos caminhando até a Alexander Platz, local onde está a prefeitura e a Torre de TV. A alguns meses atrás, quando eu subi na Torre pela primeira vez, tinha um tempo de espera de 3h. Patrocinadores sortudos pegaram a Torre quase vazia, e sem espera alguma.

Peço que gravem o tamanho da prefeitura


Fonte de Poseidôn na Alexander Platz


Ela é a terceira coisa mais alta da Europa


A 206m de altura, ela parece pequena agora


Fonte de Poseidôn no canto, e Dom ao centro


Berlin é muito² plana

Depois de aproveitar a vista por um tempo, seguimos nossas andanças por Berlin, sendo a próxima para o "Checkpoint Charlie". Ele ficou famoso por ter sido o principal local de passagem de uma Berlin para a outra, durante a existência do Muro.

No caminho, estátua de Friedrich Wilhelm, der Große.

E também uma visitinha ao Bugatti Veyron



"Você está deixando o setor americano",
em inglês, russo, francês e alemão.

Um doce pra quem encontrar
eu e minha mãe nessa foto

Seguindo nosso tour, nos dirigindos para o local onde um pedaço de 200m do Muro ainda está em pé, passamos por uma empresa que aluga Trabantes para passeios.

O possante Trabante

Mas não, não alugamos um :P

Ele, o próprio. Duzentos metros de Muro de Berlin

Bem próximo a esse trecho do Muro, fica a mostra de fotos e textos Topografia do Terror. Enquanto o prédio onde será a exposição permanente não é concluído, ela ficará ao ar livre. O local era antigamente o quartel general da Gestapo, e a mostra conta toda a história da ascensão do Nazismo até o fim da Guerra. Um dia eu ainda leio tudo aquilo.

Um dos cartazes da mostra

Esse dia não acaba tão cedo, e muito menos nossa caminhada. O próximo passo foi ir até o principal cartão postal e símbolo de Berlin, o Portão de Brandenburgo. Como vantagem de estar passeando em um dia de semana, lá também havia pouca gente, o que facilita na hora de tentar bater fotos:

Normalmente essa praça está entulhada de gente

Algumas fanfarronices históricas relacionadas ao portão: em 1806, Napoleão roubou a quadriga que fica em cima do Portão e a levou para Paris. Em 1958, os soviéticos viraram a quadriga, deixando-a com o traseiro apontado para o lado ocidental, o que gerou uma certa dose de atrito entre os dois lados.

Mas estranhas mesmo são as bicicletas(??) que sempre estão ali por perto, para passeios de grupos:

E o mais incrível, elas funcionam

Praticamente ao lado do Portão, fica o Parlamento com seu belo domo de vidro. Mais uma vez, o pouco movimento do dia nos foi bastante útil, pegamos aproximadamente meia hora de fila para entrar. O normal é entre 1h30 e 2h.

Em dias de movimento, a fila vem até esse gramado

A visitação é gratuita e ainda inclui um áudio-guia, com opção de ser em Português, algo raríssimo de se encontrar. E ainda com uma diferença: diferentemente da maioria dos áudio-guias que se encontra por ai, esses são ativados por GPS! Muito legal :)

Coluna espelhada no interior do domo

Agora pelo lado de fora

Como ainda havia tempo sobrando no dia (!), decidimos que iamos visitar também a Kaiser Wilhelm Gedächniskirche, ou "a Igreja destruída". Dessa vez porém, era longe demais para que fossemos caminhando, então pegamos um trem na estação central (Hauptbahnhof), que é perto do Parlamento. Por sinal, a Hauptbahnhof merece algum destaque, já que ela parece um shopping de tão grande.

Por fora...

... e por dentro. E tem mais um
andar que não apareceu na foto

Patrocinadora aproveita e se presenteia

A Kaiser Wilhelm Gedächniskirche é uma igreja que, como quase toda Berlin, foi parcialmente destruída durante os bombardeios na 2ª Guerra. A diferença é que, em 1960, a população votou que ela não fosse reformada e permanecesse como marco e memorial.

Faltam alguns pedacinhos

Imagem de antes dos
bombardeios, para comparação

E agora sim, chegamos ao fim do dia, que rendeu muito. Esse foi apenas o segundo dia, ainda resta muito por vir, então espero conseguir atualizar isso mais rápido :P Fiquem atentos!